Rondo do Jockey Club - Resenha
Este texto trata da análise do autor Antonio Candido no capítulo "Carrossel" do livro "Na Sala de Aula" onde ele discorre sobre como a técnica da análise literária é fator determinante para a compreensão global da expressão artística do poeta, independente do tema. A obra escolhida por ele é o poema de Manuel Bandeira, extraído de "Estrela da Manhã" publicado em 1936 e de título "Rondo do Jockey Club".
Após uma breve elucidação do contexto em que o poema foi criado, seguido da explicação do conceito e origem do gênero ''rondó'' e sua derivação moderna, o autor inicia sua análise confirmando o gênero escolhido pelo poeta ao reconhecer sua estrutura, e ao detectar facilmente outros elementos como: a pontuação, o ritmo, a categoria gramatical e a estrofação.
Para ele, a pontuação dá o ritmo, o que fica elucidado no estribilho quando o ''cavalo'' passa de sujeito, no primeiro verso, a aposto no segundo, enquanto os elementos materiais externos permitem o melhor entendimento semântico. Ainda no campo semântico, o autor cria uma espécie de fórmula matemática para aguçar a percepção do leitor onde, ao igualar homens e cavalos, o poeta também elicita o contraste, fato que se repete em todas as estrofes seja pela homogeneidade das rimas, dualidade de sons, pela semântica e até mesmo pela falta de vínculo entre o estribilho e cada um dos dísticos.
Assim, Antonio Candido conclui que, mais do que no tema, esta poesia se sustenta no sistema que possibilita a construção das estruturas, rimas e pontuações que confrontam e igualam o irônico e o patético, e a claridade do dia à escuridão da alma tornando a repetição e a oposição neste rondó único.
Circe Aguiar
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